Manifestação pacífica em Campos, Norte do RJ, tem até Hino Nacional
População da cidade se uniu e realizou protesto sem vandalismo.
Participantes da passeata dão depoimentos emocionantes durante o ato.
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Mais de 2 mil pessoas se reuniram em uma manifestação emCampos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, durante a tarde e noite desta segunda-feira (17). Os números são da organização do evento e contradizem com as informações da Polícia Militar e Guarda Municipal que afirmam que o ato teve 500 participantes. As pessoas saíram da principal praça da cidade, passaram pela Câmara dos Vereadores e encerraram o ato em frente à prefeitura municipal. O trânsito foi interrompido nas principais ruas do Centro para a passagem das pessoas.
A concentração foi às 14h na Praça do Santíssimo Salvador, onde cerca de 15 pessoas se uniram para a confecção de cartazes. Com o passar do tempo, a manifestação foi conquistando mais adeptos e seguiu em grande número pelas ruas da cidade.
O ato em Campos teve como principais objetivos pedir melhores salários para professores, punição para a corrupção, protestar contra o sucateamento da frota de ônibus municipal, além de melhoras na saúde e cultura. O ato também foi em apoio a outras manifestações pelo país.
Durante o ato, populares gritaram hinos como “Você aí parado está sendo roubado” e “Sem violência”. Ao passar pela Câmara de Vereadores, o grupo vaiou e ficou no local por cerca de 15 minutos. Na chegada à sede da prefeitura de Campos, os jovens também cantaram o Hino Nacional e vaiaram novamente. Todos os cartazes feitos e usados no protestos foram fixados nas grades da prefeitura. O ato foi encerrado no local e não houve registros de violência.
Veja o que falaram os manifestantes:
“Nós não incitamos a violência em nenhum momento. Estamos lutando também por quem não pode estar aqui. Queremos serviços públicos decentes e convidamos a todos que estão em casa para se juntar à nossa causa, que é de todos”.
Maria Clara Montalvão de Oliveira, estudante de 19 anos, que faz parte da organização da manifestação.
Maria Clara Montalvão de Oliveira, estudante de 19 anos, que faz parte da organização da manifestação.
“Queremos unificar e nacionalizar essa luta e nosso objetivo é conseguir melhorias efetivas. Nossa causa teve muitos adeptos e isso pode ser visto claramente nas fotos”.
Juliana Sandamil, uma das organizadoras da manifestação, que preferiu não ser fotografada.
Juliana Sandamil, uma das organizadoras da manifestação, que preferiu não ser fotografada.
“Minha luta é para chegar ao meu trabalho e à minha faculdade todos os dias. Sou cadeirante e não tenho ônibus suficientes para me atender”.
Luiz Cláudio Ribeiro, estudante de 19 anos.
Luiz Cláudio Ribeiro, estudante de 19 anos.
“Eu já tinha a máscara em casa e como eu pensei que fosse ter confronto com a polícia, eu preferi trazer essa máscara. Fiquei sabendo através das redes sociais”.
Cauã Duarte, estudante de 18 anos.
Cauã Duarte, estudante de 18 anos.
“Minha máscara é uma forma de protesto ao que fizeram com os manifestantes no Rio de Janeiro e em São Paulo. O gás lacrimogêneo e o gás de pimenta ardem muito, isso não se faz. A ditadura ainda existe e a gente quer vencer isso”.
Gilberto Gomes, estudante de 18 anos.
Gilberto Gomes, estudante de 18 anos.
“Fomos pintar uma faixa e a tinta vazou e sujou o chão. Como não queremos danificar o patrimônio público, estamos limpando tudo”.
Eric Carvalho, estudante de 28 anos.
Eric Carvalho, estudante de 28 anos.
“O grupo Anonymous me inspira e resolvi protestar com a máscara que é um dos símbolos dele. Uma frase do grupo que me inspira é 'o povo não pode ter medo do Governo' e acho que isso retrata o que sentimos”.
Rafael Martins, estudante de 27 anos.
Rafael Martins, estudante de 27 anos.
“Minha filha está sendo incentivada por mim a participar desse ato em luta pelos direitos dela. Também liguei para outros colegas dos meus filhos e chamei para vir para a manifestação”.
Fernando Mendes dos Santos, pedreiro de 39 anos, levou a filha Victória Fernanda dos Santos, de 11 anos.
Fernando Mendes dos Santos, pedreiro de 39 anos, levou a filha Victória Fernanda dos Santos, de 11 anos.
“Essa flor é um símbolo da paz e é para mostrar que não queremos brigas. Tudo o que aconteceu de violência contra manifestantes nas outras cidades é uma injustiça”.
José Carlos dos Santos Costa, estudante de 20 anos.
José Carlos dos Santos Costa, estudante de 20 anos.
“Como eu cheguei atrasada e não deu tempo de fazer um cartaz, eu comprei umas flores. Sou apaixonada pela música 'Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores', então eu resolvi trazê-las. Também acho que é uma música que representa muito a juventude e a luta pelos direitos”,
Júlia Balbi Reis, bacharel em direito de 27 anos que levava flores.
Júlia Balbi Reis, bacharel em direito de 27 anos que levava flores.
“Eu fiquei sabendo pelas redes sociais e não consegui ficar em casa. Quero mostrar que sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor”.
Alber Neto, professor universitário de 29 anos, que também estava com flores e encontrou com a amiga Júlia no evento.
Alber Neto, professor universitário de 29 anos, que também estava com flores e encontrou com a amiga Júlia no evento.
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