Sobrevivente de acidente em SP suspeita de falha no freio do ônibus



Sobrevivente do acidente que deixou 18 mortos na Mogi-Bertioga na última quarta (8), a estudante Mayara Gomes de Carvalho acredita que houve problema no freio do ônibus fretado que levava os universitários para o litoral norte de São Paulo. A Polícia Civil investiga o caso e a Viação Litoral União, dona do ônibus, informou que o veículo estava em boas condições.
Segundo a vítima, o motorista da linha, Antônio Carlos da Silva, de 37 anos, sempre foi tranquilo, mas havia algo diferente no dia do capotamento na descida da serra.
"No dia do acidente estávamos todos conversando e vimos que teve um tranco no ônibus e uma buzina muito forte. Nessa hora eu coloquei o cinto e sentimos o ônibus muito rápido, fazendo as curvas muito veloz. Parece que eu pisquei e só vi o teto do ônibus indo para o chão.", afirmou. O motorista morreu no acidente e foi sepultado em São Luiz do Paraitinga nesta sexta (10).
A universitária relembrou que foi a primeira a conseguir sair do ônibus após o capotamento. "Fiquei consciente o tempo todo. Eu cheguei a ir para o pronto socorro, fiquei com um corte na cabeça, tiveram que cortar meu cabelo e levei 25 pontos", disse. Quinze pessoas morreram no local e outras três nos hospitais.

Ela relembrou que achou que todos fossem morrer na tragédia e não descarta falha mecânica do veículo. "Eu acho que faltou freio e todo mundo percebeu isso depois que o motorista buzinou. Aí já pareceu que ele estava sem freio e começou a desviar para evitar uma colisão pior, até bater", acredita.
A desconfiança dela é a mesma do estudante Wanderson da Silva, de 24 anos. Segundo ele, durante o percurso, momentos antes de capotar, os passageiros perceberam que havia algo errado. “Fizemos seis curvas sem controle”, contou o outro sobrevivente.
O acidente aconteceu por volta das 23h no km 84 da rodovia Mogi-Bertioga (SP-98). Segundo o delegado Fábio Pierri, o ônibus estava acima da velocidade permitida, de 60 km/h, mas a polícia ainda apura outros fatores que podem ter contribuído para o acidente. A empresa de ônibus contesta essa afirmação.
A Polícia Civil apontou que não chovia e não havia neblina no momento do acidente, mas diz que a pista poderia estar escorregadia. A União do Litoral informou que havia neblina no momento do acidente.
O irmão do motorista relatou que ele enviou uma mensagem à esposa, pouco antes do acidente, dizendo que demoraria para checar em casa porque a visibilidade na estrada era ruim.
Ultrapassagem
Uma testemunha, que trafegava pela Mogi-Bertioga, contou que antes de bater o motorista teria feito uma ultrapassagem arriscada. César Donizetti Vieira afirmou que descia para o litoral quando viu o farol alto e deu passagem ao ônibus na curva.
“Eu não consegui fazer nada. Logo depois os pedaços do ônibus foram arremessados para cima do meu carro”, contou César emocionado
O que diz a viação
A empresa União do Litoral, que é contratada pela prefeitura de São Sebastião para o transporte dos universitários, informou que o coletivo acidentado estava em boas condições de uso e tinha todas as autorizações dos órgãos de fiscalização para o fretamento.
A viação disse ainda, em nota, que o coletivo tem capacidade para 46 passageiros, mas não estava com sua lotação completa.
O motorista Antonio Carlos da Silva fazia essa linha há dois anos. Ele era motorista há dez anos.
Velório da estudante Ana Carolina comçou na quadra do Juquehy (Foto: Camilla Motta/G1)Velório na quadra do Juquehy em São Senastião
(Foto: Camilla Motta/G1)
Enterro
Os corpos das vítimas do acidente com um ônibus de universitários na Rodovia Mogi-Bertioga (SP-98) foram enterrados nesta sexta-feira (10) em cemitérios em São Sebastião (SP), São Paulo, São Luiz do Paraitinga e Itaquequecetuba.
Centenas de pessoas acompanham os sepultamentos, marcados pela comoção de parentes e amigos das vítimas. Os enterros aconteceram em sequência, sendo a maioria em São Sebastião.
Dois corpos serão levados pelas famílias para cidades do Paraná, um para o Piauí e um deve ser cremado no Vale do Paraíba.
Luto
Em visita à região de Presidente Prudente na qui9nta-feira (9), o governador manifestou solidariedade às famílias das vítimas do acidente.
O prefeito de São Sebastião, Ernane Bilotte Primazzi, lamentou o acidente e informou que a administração municipal disponibilizou assistentes sociais e psicólogos para prestar apoio às famílias.
A Universidade Braz Cubas, em Mogi das Cruzes, que tem alunos envolvidos no acidente, decretaram luto. Na noite de quinta, os universitários prestaram uma homenagem às vítimas do acidente.
O município de São Sebastião decretou luto oficial de três dias na cidade, suspendeu as aulas nas escolas da rede municipal na quinta e nesta sexta-feira, além de cancelar os eventos programados para o município.
No Twitter, o presidente em exercício Michel Temer disse nesta quinta que está chocando com o acidente na Mogi-Bertioga. Ele disse ainda que vai chamar órgãos de fiscalização para evitar que se repitam "tragédias como essa".
Carcaça destruída do ônibus acidentado à noite é vista após ser retirada do local onde parou à beira da pista na rodovia Mogi-Bertioga, na manhã desta quinta-feira (9), na divisa entre Mogi das Cruzes e Bertioga (SP) (Foto: Jonny Ueda/Futura Press/Estadão Conteúdo)Ônibus ficou completamente destruído após capotar na Mogi-Bertioga (Foto: Jonny Ueda/Futura Press/Estadão Conteúdo)
 FONTE G1

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